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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Viktor - II


Eu estava em outra vida. O meu outro eu estava no controle. Bêbado, bobo, boêmio. E a banda improvisada parecia cada vez mais esmorecida, e ele parecia cada vez mais interessado em mim.

Passo a passo. Como se puxasse um laço, como se sua cara de pau fosse de aço. Eu era presa fácil.

De súbito e no ápice a banda improvisada acaba. Ele é atrevido. Impõe-se e mostra que está havendo um show de rock ‘n roll em outro lugar da cidade. Diz que tem carro. Eu já havia bebido no mínimo dois litros de vinho tinto extremamente forte. Eu o sigo pro carro.

- Eu não lembro o que aconteceu nesse momento -

Eu fecho os meus olhos. Levanto os braços. Sinto o ar da cidade mais limpa e verde do Brasil preencher meus pulmões. Sinto sua essência completar minha existência. Agora eu estou vivo. E só pra garantir, mais um riff filho da puta completa a música nos embalos do rock de baile. Abaixo meu braço e mais uma garrafa de vinho estupidamente gelado encontra minha boca. O líquido que tem a cor do nome ou vice-versa desce docemente pela minha garganta. Abro os olhos. Todos dançam. Me sinto aceito. Parece que nesses momentos eu faço parte da raça humana. Uma loirinha linda de olhos claros e vestido retrô dança pra mim. Toma minha garrafa e toma meu vinho. Nosso vinho. Seus olhos fitavam os meus. Fritavam os meus movimentos e intenções. Esfregava seu corpo em mim. Dançava como se. Como se. Dançava.

- Eu não lembro o que aconteceu nesse momento –

Ele volta. Aparece do nada. Parece que tinha adivinhado que o show iria acabar logo depois daquela música. Me segura pelo braço e entrelaça os dedos com os meus. Eu retribuo. Passo a mão naquela barba grisalha mal feita e olho pr’aqueles olhos profundos e experientes.

Sabia que aquela era a hora de finalmente pegar um cara. Pela primeira vez, depois de tanto tempo de curiosidade e vontade eu foderia/seria fodido por um cara. E ele era tão lindo, garboso, bem apresentável. Seu carro do ano, seu poder e presença sobre mim.

- Eu não lembro o que aconteceu nesse momento –

Então ele freiou o carro. Deixou seu amigo Bruno na porta de seu prédio e ordenou que eu fosse pro banco da frente. Ele é mandão! Nem deu quinze minutos e ele me deu uma bordoada na nuca e me puxou pro corpo dele enquanto o carro se locomovia. Me tascou um beijo alucinante e foi abrindo o zíper da calça.

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Fim da Segunda Parte

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3 comentários:

Afrodite disse...

Uau...
Gostei do final...e a parte-Eu não lembro o que aconteceu nesse momento –fica uma dúvida no ar...será?será???
Aguardando o final que pelo visto não irá me decepcionar!!!
Beijo!

Meninas com meninas disse...

ola parceiro de blog
também gostei da estratégia do " não lembro o que aconteceu nesse momemnto" deu um toque de humor ao texto
também confesso que estou curiosa para o próximo,em que você é finalmente "batizado"!
heueheuehee

Glauber Machado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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