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sábado, 9 de abril de 2011

O Arquivo Perdido de Lucas Greenfer


Isso foi uma espécie de entrevista que tive com o indivíduo dias antes de sua morte. Um golpe oportunista meu, visto o sucesso que ele fez no blog e mais oportunista ainda agora, que ninguém lembra dele. Ele estava sentado a minha frente de pernas cruzadas, com suas roupas surradas e estilosas, barba por fazer e um corte de cabelo ousadíssimo (raspado dos lados com uma imensa franja jogada pro lado esquerdo), segurava um copo redondo de vidro preenchido pela metade de Licor de Menta Bulls, como a garrafa em cima do centro evidenciava. Essa é uma parte da entrevista que é uma junção de partes do que foi uma tentativa de entrar naquela mente.

(...)

Entrevistador: E você sempre foi curioso assim?


Lucas Greenfer: Eu sempre tive umas brincadeiras que eu percebia que outros "amiguinhos" não tinham. Eu lembro que um dia na casa de um primo meu, tinha uma piscina daquelas redondas que parecem uma caixa d'agua. Na brincadeira de pegar a bola eu deixava meu primo ficar atrás de mim e colocava a mão pra trás pra apertar o volume do calção dele só pra escutar " Sai Lucas! Oxe! Tu é viado, é?". Ele não sabia a real conotação de viado, nem eu, éramos apenas pirralhos, mas eu me divertia. Não apertava por prazer ou por gostar, mas só por ser diferente, por ser uma coisa que eu nunca vi outras pessoas fazendo.

Entrevistador: Então desde crianã você curte experimentar coisas diferentes.

Lucas Greenfer: Definitivamente. Sempre gosto de ir onde poucas ou nenhuma pessoa vai. E basicamente assim eu construí minha pessoa. Minhas características mais marcantes são as que nenhuma pessoa tem coragem de experimentar. Depois de treze anos me alimentando de óstias provei o ateísmo e agora ele é parte de mim. Depois de tanto tempo bradando o amor ao infantil New Metal hoje sou completamente psicodélico alternativo. Depois de comer tantas bucetas à la Nick, um dia eu experimentei um cara e gostei.

E: mas dessa vez você não tomou partido, não escolheu um lado. Porque não se assume logo gay?


LG: Pelo contrário, eu escolhi o melhor dos lados. Melhor que homem ou mulher, que "certo" ou "errado". Eu escolhi o lado do sexo.

Nesse momento ele me lançou um olhar carnívoro e profundamente luxuoso e tomou um gole do líquido verde. Pensei na minha linda esposa. E como ela estava distante de mim.

LG: Eu acho besteira escolher um lado quando falamos de sexo. Gostar de um pau sem gostar de uma xota ou vice versa. Ambos se completam e isso é fato. Por muito tempo admirava os gays, fora por outros motivos, pelo fato d'eles enfrentarem a sociedade e ligar o foda-se pelo que eles gotam. Eu ainda os admiro por isso, mas meio que a motivação deles é falha. Ser homo é tão limitado quanto ser hetero.

E: Então os bi como você são superiores?

LG: Não, não! Oh, Darwin, não! Realmente o que eu falei soou meio homofóbico, mas não foi isso que eu quis dizer. Eu digo que qualquer ser humano tem de se cobrar o direito e o dever de conhecer, principalmente quando o assunto é sexo. É o sexo que nos faz viver e nós, diferente de outras espécies, sentimos PRAZER em fazer e isso tem de ser vastamente explorado de todas as formas possíveis. Não só em tipo, mas em número e qualidade. O sexo é o único minério inesgotável da humanidade. O petróleo acabará, a água, o oxigênio, mas o sexo estará nesse planeta até os nossos últimos dias.

Preferi fazer uma pausa depois dessa afirmação. Abri um botão da minha camisa e procurei por onde continuar a entrevista.

E: Uma coisa que você falou me chamou a atenção. Você falou sobre o sexo ser explorado enquanto "número". Você já fez sexo com mais de um homem ao mesmo tempo então?

LG: Hahahahaha! Respondo essa sua pergunta depois de encher mais um copo.



[Fim da Primeira Parte]

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4 comentários:

Raphael Martins disse...

Achei uns pensamentos dele bem modernos quanto ao bissexualismo. Ele tinha uma visão bem avançada em certos aspectos. Ótimo post, aguardo continuação!

DPNN disse...

Como já disse o Morrissey: as pessoas são sexuais, o prefixo é irrelevante.

Bee Movie disse...

Acredito que não existam bissexuais, só não querem se assumir de verdade, e acabam se camuflando nesse tal género.
....outra por Lucas, *(Eu acho besteira escolher um lado quando falamos de sexo. Gostar de um pau sem gostar de uma xota ou vice versa)
Achei que foi generalizado(sobre o trecho*), particularmente,não gosto de xoxota, não sinto nenhum tipo de prazer.
Aguardo a segunda parte.

Junior Healy disse...

O pensamento de que o sexo deve ser explorado dos dois lados, é extremamente bissexual. Eu definitivamente não sou bissexual, pois n sinto o menor interesse pelo sexo oposto, ou seja n experimento pq se quer tenho a curiosidade.

Por outro lado a sua linha de raciocinio me fez entender em termos a bissexualidade. Embora que acredite que ela não exista plenamente pois sempre havera a preferência por um lado.

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