Então meninas, outro dia uma mocinha aqui me perguntou porque eu não escrevo o "Como contar aos pais" de uma só vez. O tema é um pouco delicado, e são tantas as fases, que prefiro realmente postar um pouco de cada vez. Mesmo porque, eu falo mais que um rádio, escrevo mais que uma máquina de escrever descontrolada, imaginem o tamanho dessa postagem? Se vocês juntarem todas as que estão marcadas por esse tema, dá muita coisa. Então realmente, não dá pra ser uma postagem só.
Bom, falamos na ultima sobre as diversas fases que passamos depois de contar aos pais; Choque, negação, culpa.
Hoje vou continuar a falar dessas fases.
Expressando-se: Agora, depois dessas três primeiras fases nada produtivas, porém, necessárias, os pais deixam o egoísmo de lado, e passam a prestar atenção em você. As conversas passam a ser mais elucidativas, esclarecedoras, e as coisas geralmente parecem ter mais nexo. Tudo começa a se ajeitar e fazer sentido na cabeça de ambos. Alguns pais tem facilidade de se expressar, outros não. Nessa fase eles tentarão fazer você entedê-los a qualquer custo, mas terás a compreenção deles, se você mostrar todo o amor e respeito que tem por eles, e deixar claro quevocê não fez uma escolha, e sim, seguiu seu coração. É uma fase marcada pela mágoa, raiva, desespero, muito choro, e é preciso ter pacência, pois tudo se expressa ao mesmo tempo.
Pode ser uma boa, se um deles, ou os dois, tiverem ajuda de fora, como um psicólogo. Mas essa ajuda não é para todos os pais, alguns conseguem entender sozinhos,mesmo que expressem todos esses sentimentos logo de cara.
Tomando decisões: Na medida que o trauma emocional passa, abre espaço para a razão. Os pais refletem e tomam decisões. É como se eles quisessem resolver de uma vez por todas um assunto que muito já foi discutido. Irmãos de gays pressionam muito eles nessa parte, podem ser grandes aliados, assim como parentes ou amigos próximos da família, se eles conversam com seus pais e dizem o quanto a convivência pode ser boa se eles aceitarem e enxergarem que seus filhos e filhas continuam sendo os queridos de sempre, só que com uma orientação sexual diferente, podem ajudar muito, afinal, seus pais estarão ouvindo uma outra visão, escutando uma pessoa que apoia, e que não é você. É realmente uma grande ajuda. Acreditem,já vi muitas opniões mudarem dessa forma. A principal preocupação dos pais, é com o preconceito da sociedade, o que os amigos e parentes irão falar, como a sociedade da qual eles fazem parte vão reagir ao saberem que eles tem uma filha lésbica, entenda, eles querem só o seu bem, mas muitos não querem de forma alguma "sair do armário" como pais de homossexuais. É muito importante que eles saibam que você precisa estudar, crescer na vida, porque isso faz parte dos sonhos deles pra você, então, se comprometa em não ser totalmente diferente, mostre que você pretende e vai ser uma boa pessoa, como eles tanto sonharam. Os pais podem vir a apoiar de diversas formas, seguindo o que eles acham ser suficiente. Alguns pais simplesmente cansam e passam a ignorar o assunto, decidem que não vão mais discutí-lo e pronto. Chegaram a seus limites, e não estão prontos para ultrapassá-los. Calma, isso não é totalmente negativo, pode ser até mesmo uma forma de aceitação, talvez eles no fundo não queriam isso pra ti, mas, como é assim que você é feliz, passam a respeitar e não se envolver. Mas pouco a pouco eles se abrem de novo. Mostre a eles que você os ama, que os entende, convide-os a conhecer seus amigos. Tudo com cautela é claro!
Na próxima semana terminamos!
4 comentários:
Ótima postagem. Tô aguardando a continuação! Bjs, boa semana.
Eu não sei se foi neste blog, em outro post, que eu disse uma frase parecida com "todo preconceito nasce da ignorância". O que acontece muitas vezes é que as pessoas não sabem como agir diante de uma situação desconhecida, daí a negá-la.
É o chamado "medo do desconhecido".
Afinal, muita gente diz não gostar de jiló. Mas, quantas destas pessoas que dizem não gostar, realmente provaram uma jiló?
www.meioameioblog.blogspot.com
É, realmente nada é fácil. E o pensar no que os outros vão pensar, talvez seja a pior parte.
Ninguém quer ser ridiircularizado, virar a piadinha do bairro. Mas, para quem faz a "piadinha" é que realmente temos que provar que, sim, nós existimos e somos tão bons (ou melhores) que eles.
Parabéns, muito bom texto.
@JoelHallow
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