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sábado, 20 de novembro de 2010

A Roda da Moda




"Quando o homem inventou a roda
logo Deus inventou o freio;
Um dia o feio inventou a moda
e toda roda amou o feio". Zeca Baleiro


Vivemos nos tempos de globalização. Um acontecimento do outro lado do globo é exibido instantaneamente aqui, diante de nosssos olhos. Falamos uma frase na internet e milhões de pessoas repassam essa frase adiante. Como um vírus, nossa filosofia moderna e cibernética se espalha numa rede de pessoas diariamente conectadas.
O ser humano é acima de tudo um animal social. Queremos sempre ter holofotes mirados em nós. Conversamos, debatemos, assistimos os mesmos programas de TV, frequentamos os mesmos lugares, escutamos as mesmasm músicas.
Hoje, com tanta informação por aí, estamos ficando padronizados. Somos divididos em grupos e subgrupos, catalogados por interesses. Quem escuta esse estilo de rock, quem curte esse tipo de filme, quem veste esse tipo de roupa.

Precisa ser assim?

Eu noto que somos nós mesmos que rotulamos os outros e principalmente a nós mesmos. Hostilizamos quem não tem o mesmo gosto que nós e automaticamente aceitamos quem compartilha a nossa cultura urbana sem nem sabermos o nome da pessoa em questão.

Porque um allstar vale mais que um bate papo?
porque um Rayban custa o equivalente a um abraço?

Estamos cada mais presos em nosso mundinho, enquanto nos achamos cult, descolados e populares.
perdemos tempo. E perder tempo numa vida que é curta e única é uma falta grave. Pense nisso.

O mundo de hoje é bem mais impessoal e eletrônico. Estamos trocando o sangue que corre em nossas veias por fluido lubrificante e ar comprimido.

Somos secos, sarcásticos e sem assunto.

Abra a janela do seu quarto e olhe as pessoas passando. Assista a uma porno chanchada brasileira subversiva da época da ditadura. Escute um cd do Reginaldo Rossi inteiro. O cara é incrível!

Estamos precisando desesperadamente parar de existir e começar a viver.


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Próximo post: Viktor III
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4 comentários:

Junior Healy disse...

Amo Reginaldo Rossi, Juro!!!
A musica borbulhas de amor do Fagner é uma das minha preferidas, marcou muito a minha infância, quando conto isso pra alguem as pessoas logo me olham atravessado, mas e dai? todo mundo tem um lado meio brega né? e se não tiver eu assumo o meu com orgulho rs.

Em relação a divisão de sub grupos acredito que sempre vai ser assim, até na natureza é assim, é uma questão de identificação mesmo.
Sempre fiz parte da galerinha popular, mas sempre me permiti conhecer pessoas de outras "tribos" como roqueiros, nerds e etc, confesso que são poucos que se aproximaram.

Talvez com a globalização isso acabe ou piore, vai saber né?

Frederico disse...

engraçado pq vc falou que a gente perde tempo, e perdemos mesmo, porém cada vez estamos mais sem tempo pq ficamos perdendo tempo, mas a perda de tempo ou não é muito relativa, cada um deve ter uma interpretação diferente para isso...
Gostei também do comentario dos rotulos, eu acredito numa força maior, chamada de indústria cultural que nos faz incoscientemente cada vez mais querer ser diferente e ter um estilo proprio, mas no final sempre acabamos igual e rotulados, pq no fundo se vc não tiver um rotulo parece que vc não se encaixa na sociedade...
e na busca por esse estilo proprio acaba-se igual a muitos, com os mesmos preconceitos, com os mesmos juizos de valores, pq estilo não se resume a aparencia, pelo menos eu acredito que não.
bjos

Unknown disse...

Alguns amigos costumam me olhar torto, pq eu tbm curto pagode!! ¬¬ e daí? Não deixo de ser uma pessoa social por causa disso!

Afrodite disse...

Clap,clap ,clap...
Minhas palmas para o belíssimo texto Lucas!
Estamos precisando mesmo acordar para a vida,ela passa depressa quando nos damos conta...acabou!
E sobre o próximo texto...aguardo om curiosidade total!!
Beijo!

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